Virada Cultural: Palco Rock República

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Quando fui avisado pelos deuses de Borba Gato sobre a programação Rock da Virada meu pobre coração não acostumado a emoções fortes acelerou, TUN TUN TUN, aquela lista recheada com o melhor do progressivo e distorcido nacional. Para ficar com água na boca, e rolou: O Terço, Terreno Baldio, Casa das Máquinas, Overdose, Arnaldo Antunes, Lobão, Ultraje entre outros.

Meu ritual básico para shows importantes começou uma semana antes da tão esperada data, comecei desenterrando o clássico “Casa de Rock” de 1977 para ir entrando no clima, caminhando para o sublime “Criaturas da Noite”. Quando já estava cansado de virar a cabeça em diagonal com pulseiras de miçangas achei o cd Mass Illusion” do Korzus , o cd causador da primeira talhada em minha malhada guitarra Giannini, nesse resgate para lembrar e cantar junto tive uma péssima noticia, o cd responsável pelas minhas madeixas abaixo do ombro dos 14 aos 17 anos “Killers”! Sumiu de minha prateleira de cds, então aqui vai o apelo ao larapio que no mínimo esta com esse cd há anos! Devolve meu cd teu puto! Tristeza à parte, estava com alegria no coração e passagem no bolso.

Dia 26 – Já em SP no meio daquela multidão a batalha se inicio para obter um lugar ao sol, depois de muita cotovelada e pisão no pé conseguimos um ótimo lugar!

Abrindo a noite com O Terço, que logo no inicio teve uma pequena surpresa Sergio Hinds estava com o braço quebrado, mas Flávio Venturini estava aposto para isso não ser problema. Então foi pressão do inicio ao fim, com outra grande surpresa no final, o Sergio tocou guitarra! Pasmem! De braço quebrado e tudo! E tocou mais que eu! Tudo bem que até meu primo de 12 anos toca mais guitarra que eu (pausa para os risos de tristeza)! O Show do O Terço foi para guardar na lembrança, abrindo com chave de ouro.

Depois paramos para abastecer e voltamos no meio do show do Terreno Baldio, um dos maiores nomes progressivos brasileiros... e que SHOW em, os tios tocavam horrores e tinha tanta animação e energia que botavam qualquer Jovem ou adolescente no chinelo.

As 21h30 era hora da Casa das Máquinas, rufem os tambores! Mas botem tambores nisso! 2 baterias para babar, Mário Testoni e companhia estavam lá para fazer a festa da garotada! E outra surpresa, sim eu não sabia, mas Andria Busic do Dr.Sin assumiu o baixo e vocal da casa, Faíska (vulgo: O CARA) na guitarra, a banda também reúne gerações pai e filho na mesma banda! Coisa linda de se ver! E o ROCK comendo solto. Aos primeiro acordes delírio geral, clássico atrás de clássico do inicio ao fim! O show chegou no pico com “CASA DE ROCK” sim! E este é o ninho do passarinho!

Nesse grande evento, é tanta coisa boa ao mesmo tempo que tivemos que seguir o caminho para outras veredas e palcos.

Dia 27 – Minha ultima conferida nessa República fraternal foi o belo Show de Arnaldo Antunes! Um mixto do vasto repertório desse poeta indo parar até em hinos titânicos, infelizmente alegria de pobre dura pouco! Tive que abandonar o barco com vontade de quero mais, afinal tinha que enfrentar uma enorme jornada de volta para a cidade maravilhosa.

Mas ano que vem tem mais galera, Virada Cultural, e é claro MUITO ROCK! E de lá não arredo o pé.


Arnaldo Antunes


Casa das Máquinas

Até.

Fotos: Lorena Lenara